sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mortes por chumbinho voltam a crescer em Pernambuco

O número de mortes associadas à ingestão de chumbinho voltou a crescer em Pernambuco neste ano. Em janeiro, mesmo com a redução pela metade no número de casos de contaminação em relação ao mesmo período de 2014, a quantidade de óbitos subiu de dois para quatro. Em fevereiro, pelo menos 13 pessoas já apresentaram sintomas depois do contato com o composto, considerado um dos mais tóxicos do mundo, e outras quatro morreram.

Embora tenha apresentado uma redução na quantidade de intoxicados entre 2013 e 2014, o estado registrou quase o mesmo quantitativo de mortes nos dois anos. No ano passado, foram 161 casos e 18 óbitos, um a menos do que o ano anterior, segundo estatísticas do Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox-PE).

O granulado de cor grafite é usado como agrotóxico para controle de pragas na produção agrícola, mas vendido clandestinamente em feiras livres e mercados públicos erroneamente como produto eficiente na contenção de infestações de roedores em residências - ele só mata um roedor, despertando atenção na colônia, que imediatamente foge para as residências próximas.

Apesar de proibido, o produto é facilmente encontrado no Recife. Em menos de cinco minutos e perguntando a apenas uma pessoa, a equipe de reportagem comprou um frasco, por R$ 5. O veneno foi entregue ao Ceatox.
Em Pernambuco, a maior parte das contaminações e mortes decorre de tentativas de suicídio. 


“Ocorrem alterações no sistema nervoso, respiratório, na pressão, frequência cardíaca, uma desestabilização do corpo todo. Nos primeiros 30 minutos, se não houver tratamento, ele pode evoluir para óbito”, esclarece a coordenadora do Ceatox, Lucineide Porto.

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