Além do conteúdo explosivo para políticos de vários partidos, a delação premiada de Ricardo Pessoa, da UTC, deve complicar também a situação da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empreiteiras do país e últimas a terem executivos presos na Operação Lava Jato. Nos depoimentos, Pessoa confirma a existência do cartel que dividia contratos na Petrobras e pagava propinas. Ele deve detalhar o funcionamento do clube em novos depoimentos ao juiz Sergio Moro. As informações são de Vera Magalhães, na Folha de S.Paulo deste sábado. Detalha mais a colunista:
Quem teve acesso à delação de Pessoa estranhou não ver reproduzida a conversa -que ele narrou em bilhete quando estava preso- em que Luciano Coutinho, presidente do BNDES, teria lhe pedido doação à campanha de Dilma Rousseff.
A cobrança teria ocorrido, segundo Pessoa contou no bilhete e repetiu a pessoas próximas, após reunião para tratar de empréstimo ao consórcio do aeroporto de Viracopos, do qual a UTC fazia parte, no prédio do banco, em São Paulo, em outubro de 2014.
Além do receio de que a menção à campanha à reeleição reforce a pressão pelo impeachment de Dilma, o governo acredita que a citação a ministros do Planalto por Pessoa aprofunda a instabilidade política e a incerteza do mercado.
Ministros e dirigentes do PT lembram que Dilma só nomeou Edinho Silva (Secom) porque ele garantiu que havia um "cordão sanitário" na tesouraria da campanha de 2014.
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