sábado, 1 de agosto de 2015

REFÉNS DO DESCASO: Famílias de Serra Talhada recorrem à prefeitura para levar corpos ao IML


 A falta de investimentos na segurança pública continua provocando dor e indignação na população de Serra Talhada e expondo uma grave mazela que se perpetua no município. Sem um Instituto Médico Legal (IML) e com dois “rabecões” quebrados, que deveriam fazer a locomoção de corpos ao IML de Caruaru, no Agreste, moradores estão recorrendo ao serviço de assistência social da prefeitura, que vêm tapando um buraco que deveria ser papel do Estado.

Só esta semana, três famílias que perderam entes queridos vítimas de assassinato na cidade sofreram ao ver os corpos dos parentes demorando até 12 horas para serem recolhidos da cena dos crimes e levados para o órgão de perícia. Policiais civis informaram que os dois carros à serviço do IML na cidade estão com problemas. Assim, nos últimos assassinatos registrados esta semana, foi solicitada a vinda de “rabecões” de outros municípios como alternativa de emergência, mas sem sucesso.

“Fomos informados que o carro de Salgueiro também está quebrado e o pessoal de Caruaru e Petrolina se negaram a vir dizendo que já estavam atolados de serviço por lá”, comentou um policial civil, que pede para ter a identidade preservada. Restou às famílias daqui a opção de pagar do próprio bolso o traslado dos cadáveres. Em conversa com a equipe do Farol de Serra Talhada, o vereador governista, Dedinha Inácio, explicou que tem orientado familiares a buscarem o serviço de assistência social da Prefeitura de Serra Talhada.
Foi quando a locomoção dos corpos de três vítimas de homicídio acabaram sendo pagas pelo poder municipal a uma empresa particular da cidade para realizar o serviço, entregando os cadáveres no IML de Caruaru. “O custo dessa locomoção fica em torno de mil reais e essas famílias não têm condições alguma. Isso é um absurdo, um serviço que deveria ser obrigação do Estado, um serviço público”, criticou Dedinha, indagando: “até quando?”.
RELEMBRE CASO LOURIVAL CORNÉLIO
Anos atrás, por conta da ausência de um veículo do IML no município e da inexistência do instituto em Serra Talhada, o corpo do agricultor Lourival Cornélio, 58 anos, assassinado em dezembro de 2013, chegou a ser removido enrolado numa rede de balanço e colocado na carroceria de uma caminhonete da Polícia Militar (foto).
Do Farol

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